quinta-feira, 22 de julho de 2010

Estátuas dos Deuses.


Apresentar adequadamente aos olhos as idéias destinadas a serem levadas ao espírito sob o nome das diversas divindades era tarefa que exigia o exercício das mais elevadas potencialidades do gênio e da arte. Das muitas tentativas, quatro se tornaram as mais célebres, sendo as duas primeiras conhecidas apenas pela descrição dos antigos e as outras ainda existindo e representando realmente obras-primas da escultura.
A estátua do Júpiter Olímpico, obra de Fídias, era considerada como a mais perfeita realização da escultura grega. Tinha dimensões colossais e era o que os antigos chamavam "criselefantina", isto é, composta de marfim e de ouro, sendo as partes representando a carne feitas de marfim montado sobre uma base de madeira ou pedra, ao passo que as vestes e outros ornamentos eram feitos de ouro. A altura da estátua era de quarenta pés e ficava sobre um pedestal de doze pés de altura. O deus era representado sentado em seu trono. Estava coroado com um ramo de oliveira e tinha na mão direita um cetro e na esquerda uma estátua da Vitória. O trono era de cedro, adornado de ouro e pedras preciosas.
A idéia que o autor procurava apresentar era a da divindade suprema da nação helênica, entronizada como vencedora em um estado de perfeita majestade e repouso, e governando com um aceno de cabeça o mundo subjugado. Fídias revelou que tomara a idéia de Homero, na seguinte passagem da Hinda, Ilíada, Livro I:


Calou-se, e inclina a majestosa fronte
Que sombreiam os cabelos anelados
E todo o Olimpo treme ante o seu gesto.



A MINERVA DO PARTENON



Era também obra de Fídias e ficava no Partenon o templo de Minerva em Atenas. A deusa era representada de pé, com a lança em uma das mãos e a imagem da Vitória na outra. Seu elmo, profusamente decorado, era encimado por uma esfinge. A estátua tinha quarenta pés de altura4 e, como a de Júpiter, era feita de marfim e de ouro. Os olhos eram de mármore e, provavelmente, pintados, para representar a íris e a pupila. O Partenon, onde ficava essa estátua, também foi construído sob a orientação e direção de Fídias. Sua parte externa era ornada de esculturas, muitas delas de Fídias. Os mármores de Elgin, atualmente no Museu Britânico, fazem parte delas.5
Tanto o Júpiter como a Minerva de Fídias estão perdidos, mas há bons motivos para acreditar que temos em diversos bustos e estátuas, ainda existentes, a concepção do artista sobre a fisionomia de ambos. Ela se caracteriza pela beleza grave e digna, livre de qualquer expressão transitória, que, em linguagem artística, se chama repouso.

A VÊNUS DE MÉDICI

A Vênus de Médici é assim chamada por ter pertencido aos príncipes daquele nome, em Roma, quando despertou pela primeira vez a atenção, há cerca de duzentos anos. Uma inscrição em sua base revela que é obra de Cleômenes, escultor ateniense de 200 a.C, mas a autenticidade da inscrição é duvidosa. Existe uma versão segundo a qual o artista foi encarregado de apresentar a perfeição da beleza feminina e para que pudesse executar a tarefa foram postas à sua disposição as mais belas mulheres da cidade.

O APOLO DO BELVEDERE

O mais apreciado de todos os remanescentes da antiga escultura grega é a estátua de Apolo, chamada do Belvedere, nome do apartamento do palácio do Papa em Roma, onde ela foi colocada. O artista é desconhecido. Supõe-se que se trata de uma obra-de-arte romana, aproximadamente do primeiro século de nossa era. É uma figura de pé, em mármore, com mais de sete pés de altura,6 nua, com exceção de um manto preso em torno do pescoço e que cai sobre o braço esquerdo estendido. Supõe-se que representa o deus no momento em que acabara de lançar a seta para matar o monstro Píton (V. Capítulo III). A divindade vitoriosa está dando um passo para diante. O braço esquerdo, que parece ter sustentado o arco, está estendido e a cabeça voltada para a mesma direção. No que diz respeito à atitude e à proporção, é inexcedível a graciosa majestade da figura. O efeito é completado pela fisionomia, onde a perfeição da beleza juvenil e divina reflete a consciência de um deus triunfante.


A DIANA À LA BICHE


A Diana da Corça, no Museu do Louvre, pode ser considerada como a contraparte do Apolo do Belvedere. Sua atitude assemelha-se muito à de Apolo, os tamanhos se correspondem e também o estilo da execução. É uma obra do maior valor, embora de modo algum igual ao Apolo. A atitude é a de um movimento rápido e decidido; a fisionomia, a de uma caçadora na excitação da caça. O braço esquerdo está estendido sobre a cabeça da corça, que caminha ao seu lado, enquanto o braço direito se move para trás sobre o ombro, a fim de tirar uma seta da aljava.

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