quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Origem da Mitologia.

"De onde vieram aquelas lendas? Têm algum fundamento na verdade, ou são apenas sonhos da imaginação?" Os filósofos têm aventado sobre o assunto várias teorias:


1. Teoria Bíblica — De acordo com esta teoria, todas as lendas mitológicas têm sua origem nas narrativas das Escrituras, embora os fatos tenham sido distorcidos e alterados. Assim, Deucalião é apenas um outro nome de Noé, Hércules de Sansão, Árion de Jonas etc. "Sir Walter Raleigh, em sua História do Mundo, diz: Jubal, Tubal e Tubal Caim são Mercúrio, Vulcano e Apolo, inventores do pastoreio, da fundição e da música. O Dragão que guarda os pomos de ouro era a serpente que enganou Eva. A torre de Nemrod foi a tentativa dos Gigantes contra o Céu." Há, sem dúvida, muitas coincidências curiosas como estas, mas a teoria não pode ser exagerada até o ponto de explicar a maior parte das lendas, sem se cair no contra-senso.


2. Teoria Histórica — Por essa teoria, todas as personagens mencionadas na mitologia foram seres humanos reais e as lendas e tradições fabulosas a elas relativas são apenas acréscimos e embelezamentos, surgidos em épocas posteriores. Assim, a história de Éolo, rei e deus dos ventos, teria surgido do fato de Éolo ser o governante de alguma ilha do Mar Tirreno, onde reinou com justiça e piedade e ensinou aos nativos o uso da navegação a vela e como predizer, pelos sinais atmosféricos, as mudanças do tempo e dos ventos. Cadmo, que, segundo a lenda, semeou a terra com dentes de dragão, dos quais nasceu uma safra de homens armados, foi, na realidade, um emigrante vindo da Fenícia, que levou à Grécia o conhecimento das letras do alfabeto, ensinando-o aos naturais daquele país. Desses conhecimentos rudimentares, nasceu a civilização, que os poetas se mostraram sempre inclinados a apresentar como a decadência do estado primitivo do homem, a Idade do Ouro, em que imperavam a inocência e a simplicidade.


3. Teoria Alegórica — Segundo essa teoria, todos os mitos da antigüidade eram alegóricos e simbólicos, contendo alguma verdade moral, religiosa ou filosófica, ou algum fato histórico, sob a forma de alegoria, mas que, com o decorrer do tempo, passaram a ser entendidos literalmente. Assim, Saturno, que devora os próprios filhos, é a mesma divindade que os gregos chamavam de Cronos (Tempo), que, pode-se dizer, na verdade destrói tudo que ele próprio cria. A história de Io é interpretada de maneira semelhante. Io é a lua e Argos, o céu estrelado, que se mantém desperto para velar por ela. As fabulosas peregrinações de Io representam as contínuas revoluções da lua, que também sugeriram a Milton a mesma idéia: Contemplas lá no alto a lua errante Do apogeu, pouco a pouco aproximar-se, Como alguém que tivesse se perdido Nas vastidões do céu, sem rumo andando. Il Penseroso


4. Teoria Física — Para esta teoria, os elementos ar, fogo e água foram, originalmente, objeto de adoração religiosa, e as principais divindades eram personificações das forças da natureza. Foi fácil a transição da personificação dos elementos para a idéia de seres sobrenaturais dirigindo e governando os diferentes objetos da natureza. Os gregos, cuja imaginação era muito viva, povoaram toda a natureza de seres invisíveis, e supuseram que todos os objetos, desde o sol e o mar até a menor fonte ou riacho, estavam entregues aos cuidados de alguma divindade particular. Wordsworth, em seu poema "Excursão", apresentou de maneira muito feliz esse modo de encarar a mitologia grega: " Nessa terra gentil, o pastor solitário, Na maciez da relva, estendido, indolente, Repousa, no verão, o dia quase inteiro, Com música pastoril se embalando, na sombra E aconteceu que, em pausa em que o simples ruído Do próprio respirar calara-se de todo, Ele escutar julgou, ao longe, melodia Mais doce, muito mais, que os acordes da rude Avena pastoril que ele próprio tocara. A fantasia, então, foi procurar no carro, No rico e flamejante carro do deus Sol, Um jovem que, tangendo alaúde de ouro, De harmonia e esplendor encheu o campo em torno, Para a lua crescente o terno olhar erguendo, A grande caçadora invoca, poderosa, A linda divindade errante, que concede, Sem relutância, a luz que os campos ilumina. Uma deusa radiosa, então, com suas ninfas Atravessando o prado e o bosque penumbroso (Seguida pelos sons de notas melodiosas Que o eco reproduz nos rochedos e grutas) Correu a perseguir a caça, ao mesmo tempo Que, no céu nebuloso, a lua e as estrelas Corriam, enquanto o vento as nuvens agitava.
O viajante a sede ao saciar na fonte
De linfa cristalina, à náiade agradecendo, Raios de sol brilhando em montanhas distantes E, entre sombras, depois, o espaço percorrendo, Com a ajuda sutil da leve fantasia Transforma seu olhar em danças de oréades. Os zéfiros que passam, abrindo as leves asas, Não deixam de encontrar, em seu caminho, Criaturas que escutam, ternas, complacentes, As palavras de amor murmuradas no ouvido. Troncos de árvores já secos e de grotesco Aspecto e de suas folhas já despidos, De um solitário vai na profundez ocultos Ou perdidos na verde encosta das montanhas, E, às vezes, junto aos quais de um bode solitário A barbicha se avista, ou de um veado os galhos, Um bando folgazão de sátiros alegres Ou o próprio Pã parecem, aos olhos do pastor. "
Todas as teorias acima mencionadas são verdadeiras até certo ponto. Seria, portanto, mais correto dizer-se que a mitologia de uma nação vem de todas aquelas fontes combinadas, e não de uma só em particular. Podemos acrescentar, também, que há muitos mitos originados pelo desejo do homem de explicar fenômenos naturais que ele não pode compreender e que não poucos surgiram do desejo semelhante de explicar a origem de nomes de lugares e pessoas.

2 comentários:

  1. SEUS LIXAO SABE AZER NADA SAITE DE MERDA KANBADA DE CHUPA MROLA NEM GOSTA DE BUCETAS VCS LIXAOOOOOOOOOOO

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